Lema da Central Musical: Anos 80

Não é necessário gostar de tudo, mas por que não conhecer? - Uma audição crítica de todos os álbuns lançados na década de 80.

Há 1 Ano, nos Sons, Filmes & Afins: Rumours - Fleetwood Mac

18 de nov. de 2010 comentários

Série: Acervo Sons, Filmes & Afins

Apareceram pela primeira vez no British National Jazz & Blues Festival, em 1967, com o nome de Peter Green’s Fleetwood Mac, assinando em seguida com o empresário/produtor de blues Mike Vernon, do selo Blue Horizon. Peter Green já era conhecido como cantor de blues e guitarrista, e o Fleetwood Mac, como passou logo a ser chamado, tornou-se pioneiro no movimento de blues na Inglaterra, tendo sucesso imediato.
No final de 1968, Peter Green introduziu no grupo seu protegido, o jovem guitarrista Danny Kirwan. O Fleetwood Mac se tornou assim, a única banda com três guitarristas, sendo eles capazes de criar e tocar seu próprio repertório. Estavam entre os maiores sucesso da Grã-Bretanha, embora ainda não conseguissem atingir o mercado norte-americano.
Em 1969, o estilo de Peter Green começou a revelar um afastamento do puro blues e, em maio de 70, num acesso de misticismo, ele resolveu deixar o grupo e a vida musical. (Leia Mais!!)
Com sua estrutura profundamente abalada, o Fleetwood Mac se afastou por alguns meses, voltando no fim do ano com o álbum Kiln House, que seria o trampolim para seu futuro sucesso nos EUA.
No ano seguinte, foi a vez de Jeremy Spencer: durante uma turnê pelos EUA, ele desapareceu em Los Angeles, sendo encontrado dias depois num templo da seita Meninos de Deus, disposto a ficar por lá e abandonar a carreira musical. Sua decisão fora tomada após ter sido abordado na rua por um membro da seita, e era mais surpreendente devido ao fato dele ser um verdadeiro humorista de palco, fazendo memoráveis sátiras de Elvis Presley e Buddy Holly, e normalmente alheio à religiosidade.
Depois de novo afastamento devido a este último golpe, o grupo voltou. Mas devido também às muitas alterações ocorridas na formação e o fracasso dos LPs lançados então, chegou novamente à dissolução.
Foi nessa época, em 1972, que o empresário Clifford Davis criou um outro Fleetwood Mac, sem nenhum dos integrantes originais, para substituí-los. Mas John McVie entrou com uma ação na justiça contra o grupo falso e ganhou.
A partir daí, novos ventos sopraram sobre o verdadeiro grupo: o casal Nicks e Buckingham se associou ao grupo e, com nova formação (Christine McVie nos vocais e teclados, Mick Fleetwood na bateria, John McVie no baixo, Steve Nicks nos vocais e Lindsey Buckingham na guitarra), o grupo voltou a ocupar seu lugar nas paradas de sucesso e a ganhar discos de ouro e platina.

Rumours (1977)
rumours[1]

CURIOSIDADES

  • Esse disco foi direto para os primeiros lugares das paradas dos EUA, onde reinou por 31 semanas, ganhou 13 vezes o disco de platina e recebeu o Grammy de 1977 como o álbum do ano.

  • As gravações aconteceram enquanto o casal McVie e Fleetwood viviam processos dolorosos de divórcio. Buckingham e Nicks também estavam se separando.
OUÇA AS FAIXAS E COMPARE COM A ANÁLISE MUSICAL:
Destaques em vermelho
01 - Second Hand News
00:00 – começa com o violão sendo tocado próximo ao cavalete, para que em 00:06 entrar toda a banda em ritmo de cavalgada; 00:54 – até aqui, é apresentada toda a estrutura da música para depois ser retomada. O ritmo predominante é o country; 01:59 – variação do tema com a repetição do título da faixa resolvido no agudo em nota longa, acompanhado de backing vocals; 02:30 – solo de guitarra com distorção imitando som de violino e a faixa termina em 02:46.
02 - Dreams
00:00 – a bateria repica e o baixo dá o tom pop; 00:17 – o vocal feminino  apresenta a primeira parte da música, recebendo o contracanto da guitarra; 00:33 – início da segunda parte, com belo trabalho de backing vocals feito pela própria cantora (gravado separadamente, é óbvio), que anuncia o refrão em 01:12, onde recebe mais um back, só que masculino; 01:44 – leve solo de guitarra, embasado pelo baixo; 02:00 – a bateria dá a deixa e a estrutura é retomada; 03:59 – início da cadência e a finalização da faixa em 04:17.
03 - Never Going Back Again
00:00 – o violão com cordas de aço abre o country de forma ponteada, quando em 00:11 – volta o vocal masculino gravado de forma dobrada e o ponteio segue fazendo um dueto; 00:34 – o refrão é apresentado e as notas se elevam; 00:46 – entra o back feminino trazendo conforto à harmonia até 00:51, quando fica apenas o violão repetindo a estrutura da música; 01:25 – a voz principal retorna para repetir o tema até 02:06 – onde devolve a música para o violão, que a encerra em 02:14 com um acorde na tônica uma oitava acima.
04 - Don’t Stop
00:00 – segurando com acordes em timbre strings na mão esquerda batendo acordes com timbre de piano com a mão direita, o teclado dá início a mais uma faixa pop, seguido da deixa da bateria para a guitarra e em seguida o vocal; 00:33 – primeira aparição do refrão, sem alterar a estrutura musical, que segue linear; 00:49 – volta do teclado para anunciar o retorno do tema em 00:59; 01:13 – refrão novamente, seguido em 01:34 do solo de guitarra; 01:54 – novamente o tema, quando em 02:16 há o breque + ponte + refrão, a bateria dá um inflamada e em 02:42 inicia a cadência com o vocal em falsete, finalizando a música em 03:13.

05 - Go Your Own Way
00:00 – batidas sequenciais de acordes na região grave da guitarra seguidas da entrada do baixo e do violão de cordas de aço e logo após o vocal. Depois do primeiro verso, a bateria; os versos vão num crescendo até chegar ao grudento refrão, recheado de backing vocals em 00:32; 00:53 – retorna a estrutura básica mas a guitarra fica mais incisiva nos contracantos; 01:21 – temos o delicioso refrão novamente; 01:42 – o violão e a bateria preparam a cama para o despretensioso solo de guitarra que soa mais como uma preparação para o refrão em 02:11; 02:37 – a guitarra retoma o solo, só que agora com força e acompanhada de outra, revezando nas partes; 03:15 – o refrão aparece mais leve para conduzir essa gostosa música ao seu final em 03:39 com o fade.
06 – Songbird
00:00 – o piano dá o tom da balada; 00:15 – o vocal  entra agudo e limpo entoando os primeiros versos, acompanhado, além do piano, por um violão e só. 01:50 – vocal se ausenta deixando o piano e o violão fazendo suavemente a base até 02:14; 02:54 – cadência e singelo fim em 03:21.
07 - The Chain
00:00 – a bateria marca o compasso e o banjo introduz seguido da guitarra; 00:27 – breque seguido da entrada dos vocais; 00:53 – mudança de andamento e entrada do refrão com o teclado fazendo um fundo; 01:20 – prevalece o banjo fazendo dueto com a guitarra, sustentados por uma nota do teclado; 01:34 – retorna o vocal; 02:09 – refrão com vocal fazendo pergunta e resposta; 02:49 – preaparação para o fraseado do baixo em 03:04, com a bateria criando um suspense para que em 03:19 tenhamos uma acelerada no andamento proporcionando uma guitarra mais agressiva e empolgante; 03:54 – o vocal decide participar e novamente temos o fade em 04:15 e o final em 04:30. 
08 - You Make Loving Fun
00:00 – chipô anuncia, caixa, baixaria funkeada e teclado seguem, guitarra manda a melodia, entra a vocalista e a guitarra pula para o contracanto; 00:48 – mais um belo refrão do Fleetwood Mac; 01:17 – a guitarra manda brasa no solo; 01:48 – refrão; 02:19 – volta ao primeiro tema; 02:49 – variação do refrão seguido de mais um solo de guitarra que termina num fade em 03:37.
09 - I Don’t Want To Know
00:00 – o violão introduz com acordes desse agradável folk; 00:07 – o baixo se apresenta; 00:14 – a bateria e vocal em dueto mostra a primeira estrofe; 00:41 – refrão entremeado de palmas; 01:13 – é retomada a estrofe; 01:41 – novamente o refrão e na sequência tudo é retomado; 02:28 – solinho simples de guitarra; 02:57 – cadência e fim em 03:16.
10 - Oh Daddy
Um lamento folk feito com a qualidade típica do Fleetwood Mac.
11 - Gold Dust Woman
Balada country que fecha esse álbum especial, com destaque para a sonoridade de cítara aplicada na guitarra e o belo trabalho vocal no refrão.



Análise musical: Rodrigo Nogueira
Fonte histórica: Wikipedia
Curiosidades: Livro 1001 discos para ouvir antes de morrer
té mais!

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