Lema da Central Musical: Anos 80

Não é necessário gostar de tudo, mas por que não conhecer? - Uma audição crítica de todos os álbuns lançados na década de 80.

Debut - Iron Maiden

13 de jul. de 2010 comentários: 4
**Semana comemorativa ao dia do Rock - só álbuns CLÁSSICOS!**

Eddie e cia
O que é isso?






Ficha corrida da banda:
Nacionalidade: inglesa
Período de atividades: 1975 até hoje
Site oficial: http://www.ironmaiden.com/
Estilo/Gênero: Rock/Heavy Metal, NWOBHM
Álbuns de estúdio: 15 (até a presente data)
Membros em 1980: Paul Di'Anno (vocais), Dave Murray (guitarra), Dennis Stratton (guitarra, backing vocals), Steve Harris (baixo, backing vocals), Clive Burr (bateria).

Bio - 1ª Parte

a donzela de ferro
O líder, compositor e baixista de grande talento Steve Harris concebeu a banda em 1975 após deixar seu antigo grupo, o Smiler. Convidou seu amigo, o guitarrista Dave Murray, para juntar-se ao projeto do Iron Maiden. O nome foi inspirado na leitura de O Homem da Máscara de Ferro, de Alexandre Dumas, onde havia um instrumento de tortura que teve papel importante na trama: a iron maiden (donzela de ferro, veja a foto).

Teve várias formações nos primeiros anos, tudo por causa de disputas internas e incompatibilidade de gênios, teve até um vocalista que cuspia fogo nos shows. Demoraram para formar um line-up definitivo.

A coisa só foi melhorar quando apresentaram Paul Di'Anno para a banda. Não tinha lá uma grande voz, mas sua presença de palco e interpretações eram fora de série, e mais, encaixavam perfeitamente com a proposta da banda na época que era a de incorporar os riffs elaborados, inspirados pelo Black Sabbath e o heavy metal, com a agressividade e crueza do punk. Paul Di'Anno tinha toda essa intensidade.

a demo
Em 1978, gravaram sua demo de quatro faixas (entre elas "Prowler", que abre o disco de hoje). A aceitação no mundo do metal foi instantânea, o que motivou a contratação da banda  no ano seguinte, para participar da gravação da coletânea de bandas "Metal for Muthas" (saiba mais na leitura relacionada indicada abaixo), e de sua consequente turnê. A crítica dizia que o que eles faziam não era o heavy metal do Black Sabath e muito menos punks, mas sim uma "evolução" do heavy metal, uma nova vertente, o que foi rotulado de "new wave of a british heavy metal (nova onda do heavy metal britânico), ou NWOBHM.

O sucesso da banda crescia com os inúmeros shows motivados pelo disco Metal for Muthas. À época, eram imbatíveis no palco e todos os garotos queriam tocar e cantar como eles, só que, ao contrário do punk, para tocar as músicas de NWOBHM, o sujeito tinha que realmente dominar os instrumentos.

Em 1980 sai o primeiro álbum da banda, que reúne os sucessos dos shows e da demo em versões mais caprichadas. Virou um marco, influenciou praticamente tudo que veio depois em termos de heavy metal e é justamente considerado um dos maiores clássicos do gênero.

Leitura relacionada:


Debut (1980)





Cotações da crítica especializada:
All Music Guide (0 a 5): 4,5

Ouça aqui o disco completo


Sujestão: Procure ler enquanto escuta as músicas, observe as contagens de tempo. Alguns termos técnicos podem ser facilmente interpretados com uma audição mais atenta.

Obs.: As faixas Transylvania e Phantom of the Opera estão com os nomes invertidos na playlist.

Faixas/Destaques

01 - Prowler
00:00 - As guitarras começam duras e "certinhas", uma em cada canal de gravação; com aquele cuidado para não sairem do tempo, talvez inseguras... Aí entra Paul Di'Anno (00:27), a segurança em pessoa, e leva o som da banda para outro patamar, começa a curtição! O baixo de Harris conduz às mudanças de tons, pelo menos duas vezes antes do refrão (00:46 e de novo em 00:56). 01:25 - Só a guitarra do canal esquerdo mandando o riff, 01:32 - a cozinha (baixo e bateria) sinaliza e em 01:46 as guitarras voam em intervalos de terças a uma velocidade estonteante com o baixo e a bateria em seu encalço, até que em 02:00 a bateria acelera ainda mais o andamento, a guitarra solo decola empurrada pela guitarra base e pelo baixo virtuoso, que só de ouvir já fico com os dedos doendo! 02:20 - volta a força vocal de Di'Anno em andamento acelerado conduzindo a música de volta para o tema inicial e para o refrão em seguida. Ele é repetido e encontramos o final da música em 03:52. Sensacional!

02 - Remember Tomorrow
00:00 - O baixo abre com arpejos, as guitarras dão o clima e a bateria indica a entrada para o vocal. As guitarras partem também para os arpejos, mas independentes, um belo trabalho de coordenação. 01:00 o lirismo do vocal muda para o vigor e a banda cresce em fúria, mas ainda não é o clímax, em 01:18 tudo é retomado. Depois de um super agudo de Di'Anno (02:07), o andamento muda (02:24), para mais rápido, lógico, entra o poderoso riff da guitarra base que prepara a cama para a guitarra solo. 02:55 - um novo riff é apresentado, que serve de ponte para mais um solo em 03:08. 03:37 - os arpejos do início são repetidos, assim como o vocal lírico (03:58) e toda a estrutura seguinte.

03 - Running Free
00:00 - A bateria abre seguida do baixo que mostra o tema. A guitarra joga acordes longos complementando o tema e em 00:27 entra um Paul Di'Anno alucinado e cheio de pegada iniciando sua parte neste hino (sensacional, e tem gente que não gosta do cara...). 00:39 - um dos refrões mais conhecidos do heavy metal! 01:13 - o solo de guitarra. 01:27 - a ponte e o refrão 01:49. Estrofes e o refrão conduzem até a cadência em 03:08.

04 - Phantom of the Opera
00:00 - A introdução é executada pela guitarra e pelo baixo acompanhando a melodia. 00:15 - as guitarras partem oitavadas de forma ascendente até eclodir no riff mortal em 00:21 com a bateria quebrando tudo. 00:57 - o vocal entra fazendo a melodia que foi apresentada no início pela guitarra, entremeada pelo riff. Tudo é repetido. 02:05 - o andamento muda, fica sincopado e o vocal faz um fraseado punk (não gostei dos backing vocals). 02:47 - o último acorde da frase musical possibilita nova mudança de andamento, agora fica mais lento, a guitarra sola sentida, e depois de sua última nota (em 03:19), o baixo toma conta com arpejos nas cordas mais agudas e é seguido em 03:16 pelas guitarras oitavadas. 03:39 - volta a bateria, entra mais um baixo ascendente (gravação? A outra guitarra nos graves?). 04:20 - power chords. 04:33 - de novo o andamento sincopado. 04:52 - um bela variação do tema com as guitarras oitavadas e em 05:09, finalmente o solo principal. 05:27 - a segunda guitarra assume o solo (é nítida a diferença de timbre). 05:44 - elas voltam a oitavar e trazem de volta o riff secundário (06:02), e depois o principal (06:18) com a quebradeira da bateria. 06:35 - Paul Di'Anno retorna cantando a estrofe e conduz a música ao seu fim em 07:03.

05 - Transylvania
00:00 - um acorde é esmirilhado na guitarra, um segundo acorde entra em  00:12, até que a banda engrossa o riff em  00:22. Tudo é retomado em 01:37. O riff principal é apresentado em 01:47 com a guitarra solo arrepiando em segundo plano. Depois de sair de cena, assume o solo a segunda guitarra em 02:49. 03:41 - início da cadência e um fim arpejado e sem distorção.

06 - Strange World
00:00 - no rastro da anterior, seguem os arpejos da guitarra. O clima é amenizado e em 00:42 entra um belo fraseado lento da guitarra, que entrega a música de bandeja para o vocalista (01:28). 02:59 - novamente a guitarra mostra que também sabe tocar levemente. 03:45 - o canto repete a estrofe com pequenas variações.
 
07 - Sanctuary
(Já comentada no disco Metal for Muthas, segue transcrição) Acelerada, pesada e com a pegada única de Paul Di'Anno. Solos frenéticos e técnicos. Bateria incendiária. Ótima para os nascentes "headbangers".

08 - Charlotte the Harlot
00:00 -  o riff principal já aparece de cara. 00:21 - Paul Di'Anno dispara e chega ao refrão pela primeira vez em 00:49. Em 00:56 o tema veloz é repetido. 01:26 - início da ponte que conduz a um andamento mais lento que inicia em 01:34 com uma bela melodia do canto (apesar de parecer faltar a voz em alguns momentos). 02:48 - marcação rítmica e solo poderoso da guitarra. 03:20 - o tema é repetido mas de forma mais acelerada. 03:55 - uma variação criativa (03:57), para o fim em 04:12.


09 -  Iron Maiden
À mil por hora a banda entra com o mais puro heavy metal. A melhor performance de Paul Di'Anno ficou para o final. Potência e intensidade: suas maiores características. Gosto muito de Bruce Dickson, mas de uma maneira diferente, também aprecio o trabalho de Di'Anno. Enquanto um é mais lírico e teatral, o outro é mais peso e contundência. E você, o que acha?


Opinião de minha filha Ravena, uma legítima representante da geração séc. XXI
 
"Iron Maiden é minha banda favorita! Sério, amo de paixão. Eu gosto de quase todas as músicas do Iron Maiden, mas sempre tem as favoritas, no caso desse álbum são quatro delas: Running free, Phanton of the Opera, Sactuary e claro, Iron Maiden. Eu particurlamente não gosto de Paul Di'Anno (primeiro vocalista) prefiro o vocalista atual (Bruce Dickinson). Quanto a Harris, adoro-o não só como baixista, mas também suas composições. Adoro também a dupla Murray e o atual guitarrista Adrian Smith."


Esse é apenas o primeiro artigo especial em comemoração ao DIA DO ROCK. Aguarde mais clássicos durante a semana!

Não esqueça de comentar!

comentários: 4

Unknown :

O Iron Maiden é uma banda do c#*¨#@!%¨%!

Melhor que ler o seu texto (muito bom por sinal) é ouvir os clássicos de DEBUT... muito foda.

Feliz dia do Rock!

Rodrigo Nogueira :

Obrigado Tiago, pela força e pela presença!

Legal que curtiu.

Feliz dia do rock pra vc tb!!

Vanda :

Olá!! Te vi lá no canal de 'Blogueiros' do Ver!


Já te sigo.

Abração \\o

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