Lema da Central Musical: Anos 80

Não é necessário gostar de tudo, mas por que não conhecer? - Uma audição crítica de todos os álbuns lançados na década de 80.

Guilty - Barbra Streisand

6 de jul. de 2010 comentários: 12


Ficha corrida da moça:
Nome Completo: Barbara Joan Streisand
Nacionalidade: estadunidense
Período de atividades: 1957 até hoje
Site oficial: http://www.barbrastreisand.com/us/home
Estilo/Gênero: Pop
Álbuns de estúdio: 33 (até a presente data)


Bio - 1ª Parte

Por ela ter começado a carreira em 1957, sua biografia até 1980 é muito extensa. Tentarei aqui fazer um apanhado resumido.

Começou a cantar ainda adolescente, em nightclubs, para ajudar no orçamento da família, que era muito pobre. Dona de uma grande voz, não demoraria tanto para que a moça fosse notada por algum entendido e levada para se apresentar na televisão. Devido ao forte apelo dramático de suas performances, foi convidada para testes em musicais da Broadway, passou com louvor e foi estrela de várias peças. Daí para o cinema foi um pulo. Protagonizou vários papéis marcados pelo melodrama e conquistou uma infinidade de prêmios, tanto pelo trabalho como atriz, quanto como cantora; inclusive o Oscar. É praticamente uma instituição estadunidense, um símbolo daquele país. Também é uma das artistas mais bem sucedidas financeiramente do mundo!

Barbra e Barry Gibb fazem dueto em várias faixas do álbum
Já sobre o álbum de hoje, surgiu da esperteza de Barbra, que convidou (intimou) os compositores mais festejados pelo público (entenda-se: os que mais faziam dinheiro na época), os irmãos Gibb (isso mesmo, os caras dos Bees Gees), para que compusessem um álbum inteiro dedicado a ela (e para ela cantar, evidentemente). O disco deu tão certo que foi o maior sucesso comercial da moça, levando-a ao primeiro lugar de todas as paradas de sucesso que você possa imaginar, no mundo todo, inclusive no Brasil.

Na época, os meninos torciam o nariz (eu inclusive) e as meninas choravam emocionadas. Principalmente ao ouvir "Woman in Love". Escutando o álbum hoje, com os preconceitos desfeitos, tenho que concordar tratar-se de um ótimo e bem produzido trabalho, e merece figurar entre os discos mais marcantes da década de 80.

Guilty (1980)




Cotações da crítica especializada
All Music Guide (0 a 5): 4,5
Robert Christgau: C+
Rolling Stone: favorável

Ouça aqui o disco completo


Faixas/Destaques 

01 - Guilty
A faixa possui um balanço gostoso. A voz de Barbra é realmente ótima e sua interpretação é cheia de brilho e sentimento. No meio, Barry Gibb participa com sua voz, digamos, estranha, mas que se encaixa bem no tema. Boa pedida!
 
02 - Woman in Love
Apesar de contar com uma introdução brega da guitarra, quando Barbra começa a cantar, toma conta e eleva o nível transformando-a em um clássico. Pessoas de corações sensíveis cairão aos prantos já no primeiro clímax. Subidas no tom são brincadeira de criança para a moça. Confesso, ouvi duas vezes para escrever... Que voz é essa??

03 - Run Wild
04 - Promises
05 - The Love Inside

06 - What Kind of a Fool
Dueto de Barbra com Barry. No início, as vozes são suspiradas, no decorrer começam a ganhar brilho e potência. Bonitinha.

07 - Life Story

08 - Never Give Up
Mais uma com um bom balanço. As estrofes são quase faladas, a ponte é melodiosa e o refrão é composto de chamativas notas longas e altas. O solo de teclado é um pouco exagerado para mim. A faixa lembra remotamente um fusion. Interessante.
 
09 - Make it Like a Memory 
Sensível. O canto é acompanhado de um bem tocado piano. O refrão é altíssimo e exige muita perícia, assim como os fraseados que demandam bastante controle da voz. Interpretação perfeita (pelo menos em estúdio). O solo de guitarra executado pelo jazzista Lee Ritenour é soberbo. É a faixa tecnicamente mais complexa do álbum com modulações, variação de andamento, pelo menos três mudanças de tom, etc. Quase um jazz, fiquei surpreso.



Opinião de minha filha Ravena, uma legítima representante da geração séc. XXI 

Ela tirou essa semana de folga para poder aproveitar as férias escolares. Anda viajando pelo interior de SP.

Semana que vem estará de volta!




Grammy award winner

comentários: 12

_ :

Ae primo...que bacana o blog, hein! Achei uma graça os comentários da Ravena =)..já estou como seguidora..beijos

Isac Santos :

Barbra Streisand, é rotulada como a cantora dos Gays. Nada contra as pessoas homoafetivas, de forma alguma,pelo contrário. Nada contra, se o rótulo não fosse utilizado de forma pejorativa, preconceituosa para menosprezar o trabalho da Grande Cantora e ofuscar, depreciar, substimar a beleza artistica de sua obra (músicas, discos, interpretações magistrais).Mas infelizmente é isso o que acontece de forma generalizada. Barbra ao lado de Diana Ross e Dionne Warwick completa o "trio" de Grande Damas da Música Popular Americana e Mundial de todos os tempos! Cantoras populares? Sim, mas com um trabalho tão diferenciado, com uma obra tão relevante que, o valor artistico é inegável...até para os mais leigos... O "Trio" não fica aquem as maiores damas do Jazz. Não há como comparar! São estilos, epocas e graus músicais distintos...As populares não são inferiores as do Jazz... e sim diferentes.Barbra Streisand, suas músicas, discos e interpretações memoráveis são Patrimônio histórico-musical Americano!
Grandes discos, músicas belissimas que se confundem com a história dos amerianos, ingleses e se tornaram trilha sonora dos cidadãos de várias partes do mundo. O mesmo ocorreu com Diana e Dionne... Agora me lembro de alguns discos impares de Barbra: "People", "Till I loved you", "One Voice", "The Broadway Album", "Yentl", as coletaneas "As Grandes Interpretações de Barbra Streisand" com a devastadora faixa "Free Again" e "Memories". Detesto coletãneas, mas há exceções. Essas são primorosas e resgatam magistrais momentos da cantora que são raridades em discos de carreira, pois estes já não se encontram, nem em Sebos!!!
Salve Barbra!!!

Rodrigo Nogueira :

Olá Isac!

Legal que "descobriu" a Central! Concordo com você quando diz que a Barbra é uma ótima e diversificada cantora, entretanto acho as interpretações dela exageradas além do (meu) razoável. Um perigo para os diabéticos, rss.

Interessante o que falou sobre as coletâneas, isso me fez lembrar de um artigo que escrevi há algum tempo sobre o assunto, não gostaria de ver? Olha o link:

http://sonsfilmesafins.blogspot.com/2009/10/coletanea-nao-obrigado.html

Abraço!

Isac Santos :

Temos que considerar o fato que as contemporaneas Barbra, Diana Ross e Dionne Warwick atravessam 5 décadas, 5 gerações com um trabalho de Qualidade, muitas vezes primoroso... Se confundem com a história dos americanos, ingleses e do Mundo, tamanho o alcance de suas músicas, discos e interpretações... Suas canções de ontem e de hoje acompanham o mundo e suas transformações e mudanças há 50 anos, sendo trilha sonora dos fatos e personagens famosos e anonimos do planeta. Poucas cantoras, cantores e músicos conseguiram tal proeza. Sobreviver, persistindo num trabalho de qualidade, num mercado fonográfico selvagem de... Britney Spears, Lady Gaga, Cristina Aguilera, Mariah Carey,Celine Dion e similares...é admiravel, para dizer o minimo. Não é fácil... As Grandes Damas da Canção Popular Americana merecem esse titulo, pois não sucumbiram nem cederam as exigências redundantes, copiosas ou grosseiras e muitas vezes ofensivas do mercado fonográfico atual.
Ah! Vou ler seu artigo sobre Coletâneas, apesar de detestar esses discos, por considerar as Coletaneas extremamente limitadas e manjadas, entre outros motivos...Há algumas excessões como citei na mensagem anterior...

Rodrigo Nogueira :

Hum, apesar de reconhecer que o trio citado seja de ótima qualidade, acho discutível toda essa importância que você atribui e, definitivamente discordo quanto ao seu "intocável" trabalho. Verdade que fizeram muitas coisas boas, mas também tem algumas porcarias comerciais e se sujeitaram aos interesses da mídia, gravadoras e FMs do mesmo modo que as cantoras contemporâneas por você mencionadas.

Apesar de não gostar das músicas das musas contemporâneas, é inegável o talento vocal que possuem Celine Dion, Aguilera e Mariah, inclusive, tecnicamente e em extensão, acho que desprezá-las seja um erro.

Entretanto, respeito sua opinião, mais uma vez, sinta-se a vontade para expô-la.

Abraço!

Isac Santos :

Oi amigo

Jamais afirmei que o trabalho de Barbra, Diana e Dionne seja intocável...Pelo contrário...Eu inclusive não gosto de muuuuita coisa e tenho certeza que a Música Erudita, o Jazz, a MPB e a Bossa são infinitamente mais Arte doque a música popular americanas... Não superior...Mas ARTE!!!
É como está escrito na mensagem anterior: "fizeram um trabalho de qualidade, muitas vezes primoroso".Subtende-se que não estou generalizando...(Com excessão de alguns discos e músicas que o "Trio" conseguiu realmente fazer trabalhos admiráveis, com valor artistico de Primeiríssima grandeza! Não posso deixar de reconhecer).
Há discos, músicas ruins...Mas como estudioso, pesquisador e historiador reafirmo a importância destas interpretes na Cultura Americana...e mundial e na história da Música.Sem sombra de dúvida elas possuem capitulos importantes na história da Música.
Já Celine Dion é uma "cantora" fabricada, com músicas copiosas, melodramáticas, melosas,... uma voz forçada, apelativa...e se tornou "diva" da noite para o dia devido ao filme "Titanic". Não vejo talento, voz nesta cantora fabricada e imposta pela mídia...O mesmo posso dizer de Mariah Carey, uma cantora abaixo do mediocre. Voz horrivel! Seu único objetivo: o estrelato.

Isac Santos :

Amigo Rodrigo

Para você compreender melhor meus comentários anteriores entenda que eles partiram mais do Historiador que sou, doque própriamente do Critico ou do pesquisador, estudioso...
Alguns trabalhos de Diana, Barbra e Dionne são sofriveis...
Não aprecio, não gosto muuita coisa da Música Popular Americana...
Mas como Historiador preciso ser imparcial, tecer com isenção e reconhecer quando personagens populares da Música foram tão longe... E menos mal que seja o trabalho desse "Trio" (entre muuitos outros personagens da Musica) doque essas "coisas" que estão sendo apresentadas e exploradas pela Mídia desde a década de 1990 até os dias de hoje... Cada vez pior...
E sejamos justos: elas possuem alguns discos e músicas de qualidade!
Não gosto das cantoras 'tipo' Divas (aquele vozeirão semelhante ao de Whitney Houston, prima de Dione Warwick, entre outras).
Mas nas aulas, palestras, seminários...sobre História da Música, infelizmente tenho que deixar de lado o Critico e colocar o Historiador na frente...contextualizando os discos, músicas através dos tempos. E é incrivel como a Música Popular Americana acompanha as décadas...E nas 5 ultimas décadas as vozes, canções e músicas de Diana, Barbra, Dione, Frank Sinatra, Tony Bennet, Beatles,Elton, Michael Jackson... entre muuuitos outros (que seria redundante eu citar aqui)...são presença marcante.
Entendeu?
Se você fizer uma leitura "histórica" do meus comentários anteriores compreenderá melhor.
Eu fiquei surpreso com a sua reação... Mas espero que entenda agora.
E comparar a Música Brega de Celine, Mariah... e similares com o "Trio" é um equivoco! (Agora é o critico falando. rs...rs...rs..rs..)

abraços

Rodrigo Nogueira :

Olá Isac, deixe-me tentar arredondar este debate, acho que não é necessário nos estendermos mais nele pois notei que concordamos em quase todos os argumentos.

1- O trio é ótimo e importante para história da música, apesar de parte de seu material seja de qualidade discutível;
2- Não comparei as cantoras de ontem com as de hoje. Você fez isso, basta observar seu primeiro comentário. Eu apenas complementei dizendo que todas as cantoras citadas se sujeitaram aos apelos do mercado;
3- Como você não gosta do trabalho dessas cantoras atuais (assim como eu), entendo que não tenha se interessado em conhecer suas histórias, porque dizer que Celine Dion começou em Titanic é no mínimo falta de informação - ela grava discos desde adolescente;
4- Você pode até achar a voz de Mariah feia, chata, ou seja lá o que for, mas dizer que sua voz está abaixo do medíocre, mostra no mínimo que seu conhecimento sobre técnica vocal seja muito pequeno (sem ofensas).

Sobre minha reação, não se preocupe com ela, não é pessoal. Assim como lhe dou o direito de expressar sua opinião, tenho que ter a mesma liberdade, não acha? E o fato de não concordar integralmente com a sua ou você com a minha, para mim isso não trás nenhum tipo de problema, espero que pra vc também não. Gosto da franqueza e assim procuro ser.

Agora, peço uma gentileza: pare de se repetir com essa história de que é pesquizador, estudioso, historiador, etc e tal. Eu já estou ciente disto. E lembre-se que você não está falando com um leigo, embora eu não fique anunciando, basta você dar uma checada no meu perfil para constatar.

Vamos continuar trocando ideias, mas escolha outro post, rss.

Abraço!

Isac Santos :

Polêmicas à parte, o canal LIV exibiu um Documentário de 1 hora de duração a respeito da vida e carreira de Celine Dion. Confesso que o documentário não me convenceu. Mas realmente foi mencionado que Celine iniciou a carreira ainda adolescente.Ela tem os seus méritos. O que eu quiz dizer e talvez não tenha sido claro é que ela se tornou 'diva' por causa do filme Titanic e a repercussão e o estrondoso sucesso comercial que o filme alcançou...e não exatamente por causa da relevância de seu trabalho fonográfico. Mesmo Celine e Mariah não me convencendo como cantoras, vou adquirir mais alguns CD´s dessas cantoras e ouvir com atenção. Depois ti conto. Os albuns destas cantoras que eu tenho e escutei até hoje, depõe contra as mesmas... de tão ruins. Talvez exista albuns mais felizes...E daqui pra frente vou prestar mais atenção nelas...e quem sabe mudarei de opinião.
Rodrigo, espero que o tema 'A Musica Popular Americana' não seja impecilho para continuarmos trocando idéias...e quem sabe um dia conversarmos pessoalmente. Tenho certeza que temos muuuito em comum...e mesmo as divergências contribuem para o enriquecimento mútuo...Afinal Música é um assunto infinito, amplo e inesgotável. E consequentemente sempre haverá algo para aprender, ouvir, prestar mais atenção, e lacunas, arestas, falhas para preencher, mesmo ambos (você e eu) não sendo leigos no assunto.Ninguém sabe tudo quando o assunto é Música ou qualquer Arte. Por exemplo: quem sabe daqui para frente você terá um outro olhar ou uma outra audição quando vir, ou escutar Diana Ross, Barbra Streisand e Dionne Warwick. E eu um outro olhar ou audição para Celine e Mariah...
Saindo da controvertida Música Pop e falando de Jazz:
Diana Ross gravou alguns CD´s de Jazz de Primeira Grandeza, 'quase' perfeitos.
Confira: "The Blue Album" e “Stolen Moments”.Para começar.
Há também faixas de jazz, avulsas, 'perdidas' em discos que ela gravou pela Motown ou no ritmo pop... As interpretações são impecáveis...Mas essas exigem mais garimpo e trabalho de busca.

abraços fraternos...e não me queira mal.

Rodrigo Nogueira :

Olá Isac!

Claro que podemos conversar sobre a Música Popular Estadunidense.

Só quero deixar claro meu ponto de vista: Não gosto das músicas cantadas por Celine Dion, Mariah Carey e Christina Aguilera (pode ser que eu mude ideia algum dia, rss) mas reconheço que as três tem ótima formação técnica e grandes vozes, seja em timbre, extensão, afinação, colocação, dinâmica, empostação, ornamentação, etc. Apenas isso.

Não lhe quero mal de forma alguma e que possamos trocar ainda muitas ideias.

Abraço!

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